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Mulheres comemoram o Dia das Mães com seus filhos e pets

Emoção

Animais de estimação são um bom treinamento para a maternidade, um exercício de responsabilidade e afeto diário

Muitos casais hoje optam por ter um pet antes de um filho. É claro que a criação de uma criança é diferente da de um animal, mas não deixa de ser uma forma de praticar responsabilidades, obrigações e cuidados, além de exercitar o afeto e outros sentimentos e virtudes que serão colocados à prova com a chegada de um bebê, como a paciência.

Foi o caso da pediatra Cecilia Theberge Bigio, que decidiu ser “mãe” de cachorro durante cinco anos antes de ter seu primeiro filho, Daniel, quatro anos, e afirma que a experiência foi muito importante para a maternidade. Katleen Vicari teve vários pets antes de optar recentemente pela adoção de Maria Eduarda e Maria Helena. A empresária Bruna Sena Neves Tancredo, grávida de uma menina, decidiu pela maternidade após sentir o amor incondicional dos Bulldogues Franceses Rico e Barão.

Segundo o médico-veterinário Eduardo Gianini Xavier, da Clínica e Hospital Veterinário 24h Cão.Com, de forma geral atualmente o nível de comprometimento das pessoas com seus pets é muito semelhante ao dispensado aos membros da família. “Desse modo, ter um pet antes de um filho acaba sendo um interessante treinamento para as mamães, principalmente as de primeira viagem. Os cuidados com a higiene, a observação de possíveis disfunções de saúde e a preocupação com o conforto e bem-estar acabam sendo muito semelhantes”, afirma.

A grande dificuldade da identificação de doenças nos pets ocorre pela sua limitada capacidade de comunicação para expressar dores e desconfortos. Apenas os tutores mais observadores e preocupados tendem a identificar sinais ou comportamentos fora do padrão normal. “Essa habilidade acaba sendo bastante útil nos primeiros anos de vida da criança, período no qual ela também apresenta limitações para verbalizar quando algo vai mal”, explica Eduardo.

Estudos também revelam as vantagens da convivência de pets com crianças, mostrando que eles contribuem com seu desenvolvimento social e emocional, ensinando-as a ter respeito pelos animais e conceitos de responsabilidade. Eduardo adverte apenas que essa interação deve ser assistida pelos pais para garantir que seja saudável e segura para ambos.

Mãe de coração

Desde a infância, Katleen Vicari cresceu na companhia de cães. Após o casamento, ela e o marido compraram dois Yorkshires, Bela e Tobias, hoje com 14 anos. O amor pelos animais a levou a adotar a vira-lata Pretinha, que viveu com eles por oito anos. Em 2011, Jolie, outra esperta vira-lata, foi adotada. O convívio com seus pets lhe rendeu muitos aprendizados úteis para a nova etapa de sua vida: a de mãe das recém-chegadas à família Maria Eduarda, seis anos, e Maria Helena, três anos. “Os animais gostam de rotinas e limites, como toda criança. Quando se fala assim para pessoas que só têm filhos e não cachorros, elas te olham meio estranho, muitas acham um absurdo comparar uma criança a um pet, mas hoje, após ser mãe, reafirmo o que falava Katleen com seus filhos e pets antes”, conta a mamãe.

Para Katleen, as crianças dependem dos pais, assim como os animais de estimação. “Você é responsável por aquela vida. Eles têm sentimentos e necessidades que precisam ser atendidos. Nos afeiçoamos a eles e procuramos fazer o que está ao nosso alcance para que sempre estejam bem”, afirma.

E tem amor para todos. “Percebemos que os cachorros despertam nas meninas sentimentos bons, de tranquilidade, de amor e de companheirismo. Não raro pego a Duda falando para o Tobias: ‘Te amo, nego!'”, conta.

O Dia das Mães de Katleen é em família, com pessoas e bichos juntinhos. “Passamos a data na casa da minha mãe. Eu levo meus três pets, minha irmã leva os três dela. A festa é completa, com todas as mães e seus filhos humanos e patudos”.

Para quem pensa em ter um pet antes da maternidade, Katleen aconselha: “Um animal não pode ser considerado um brinquedo de experimento pré-maternidade. Se a pessoa quer ter, precisa ser porque gosta de animais e não para fazer um teste, por ouvir que é uma experiência rica antes de ser mãe”, adverte.

Shanti, a primogênita 

Em 2009, com apenas três meses de vida, Shanti teve úlcera na córnea e precisou passar por uma cirurgia de urgência. O pós-operatório incluía a aplicação de colírio de duas em duas horas, o que exigia que Cecilia Theberge Bigio acordasse várias vezes de madrugada. Depois dessa foram mais três cirurgias nos olhos, além de dermatite atópica e uma anemia autoimune, que exigiu transfusão de sangue. Shanti é uma pequenina e adorável Shih Tzu de nove anos que trouxe muitos ensinamentos para sua família. “Foi um estágio muito bom antes da maternidade. Aprendemos a cuidar de um ser dependente, a alimentar, ter responsabilidades, sofremos quando ela ficava doente”, conta a pediatra Cecilia, que é mãe de Daniel, quatro anos, e de Rafael, três meses.

Ela recomenda às mulheres a experiência de ser “mãe” de um pet antes de engravidar. “Uma conhecida minha já se desesperou com o cachorro e decidiu nem ter filhos!”, conta. E afirma que a tarefa não é fácil, mas compensa: “essa resistência para cuidar deles quando se está cansada, a questão de ter alguém que depende de você, o laço afetivo que se cria, a preocupação quando algo não vai bem”.

O Dia das Mães é comemorado por Cecilia em família, com o marido Leandro e seus “três filhos”, como ela costuma dizer. Shanti, a “mais velha”, é cuidadosa com seus “irmãos”. “Ela não desgruda dos meninos, avisa quando o Rafael está chorando e quer lambê-lo como se fosse sua cria”.

À espera da primeira filha

A empresária Bruna Sena Neves Tancredo está grávida de 28 semanas de uma menina. “Ainda sem a experiência de ser mãe, posso afirmar que desde já o Rico e o Barão têm uma forte ligação com minha filha. Eles estão muito atenciosos comigo e tenho certeza de que o coração deles está em sintonia com o dela”, afirma. Rico, seis anos, e Barão, sete anos, são seus buldogues.

“Meu coração se enche de alegria quando falo sobre eles. O Rico é minha paixão. Ele me mostrou um mundo encantador e cheio de amor que eu jamais pensei existir. Um amor tão puro que me emociona cada vez que me refiro a ele. Com um temperamento sapeca e ao mesmo tempo manhoso, ele é a alegria dos meus dias”, conta Bruna. A experiência a levou a adotar posteriormente o companheiro e amoroso Barão, pai de Rico.

Para Bruna, o convívio com os animais é uma preparação para a maternidade, já que ambos precisam de nós para crescer e serem felizes. “Indico os pet para todas as pessoas do mundo. Ter um amigo destes diariamente ao nosso lado é algo sensacional”, garante.

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